5 minutos com a AIS #100

A Fundação AIS lançou neste Natal uma campanha de sensibilização da opinião pública para a realidade tantas vezes desconhecida dos deslocados e refugiados.
São, em todo o mundo, mais de 82 milhões, mas, mesmo assim, o mundo tende a ignorar a sua existência como se fossem apenas números que enchem folhas de excel dos relatórios das autoridades e não pessoas de carne e osso, homens, mulheres e crianças.
Na campanha de Natal, a Fundação AIS procura dar voz a estes deslocados e refugiados através das histórias de alguns deles. A Fundação AIS foi escutá-los onde eles vivem, na Nigéria, República Democrática do Congo, Burkina Faso, Moçambique, Síria e Líbano.
Uns estão em casas cedidas por familiares ou pela Igreja, outros vivem em tendas, em habitações improvisadas em campos de reassentamento. Todos têm histórias tristes para contar.
Mas todos acabaram por nos contar muito mais do que histórias tristes, Todos acabaram por nos dar uma verdadeira lição.
No meio do desespero de quem teve de fugir da guerra, da violência, do terrorismo, no meio do desespero de quem se viu de um dia para o outro de mãos vazias, pobre como os mais pobres da sua comunidade, do seu país, estes refugiados que falaram com a Fundação AIS souberam ir além da tristeza, da amargura, até da revolta que naturalmente poderiam estar a sentir e deram-nos uma verdadeira lição de humildade e de esperança.
Todos eles, desde o senhor Francisco, um deslocado de Cabo Delgado que viu o filho ser decapitado pelos terroristas, até Moufida e Mousa, um casal idoso na Síria, a quem os jihadistas tiraram a casa e tudo o que tinham, por serem infiéis, por serem cristãos, todos eles, quando tiveram a câmara de televisão da Fundação AIS à sua frente, a gravar o testemunho que gostariam de dar às pessoas em todo o mundo neste Natal, souberam dizer que o ódio e a vingança não são caminhos.
Mais do que isso souberam dizer que a solidariedade não é apenas uma palavra, e que é com esperança que se constrói o futuro.
Uma esperança que os cristãos celebram e renovam todos os anos no Natal mesmo quando vivem em campos de refugiados, mesmo que sejam dos mais pobres dos pobres da sua comunidade. A fé ajuda a perceber a força das palavras gravadas pelas câmaras de televisão da Fundação AIS. São palavras enormes porque falam de paz e de amor mesmo para quem está a viver no cenário desolador de um campo de refugiados algures em Moçambique, ou na Nigéria, ou na Síria ou Líbano.
Todos eles, apesar do sofrimento por que têm passado, souberam preservar o essencial. Isso é uma lição que não podemos esquecer. É uma lição que deveremos saber guardar bem no fundo da nossa memória. E agradecer-lhes do fundo do coração.

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