Tragédia em Essakane, no Burquina Fasso | 5MIN #216 | 10MAR24

Domingo, 25 de Fevereiro. Um pequeno grupo de fiéis estava reunido na capela da aldeia de Essakane, no Burquina Fasso, quando um grupo de homens armados, de jihadistas, irrompeu no templo aos tiros.
Esta aldeia fica situada nordeste do país, numa região conhecida como as três fronteiras, por estar situada na fronteira do Burquina e muito perto do Mali e Níger.
Todos estes países vivem atormentados coma violência crescente de grupos terroristas que proclamam, com a força das armas, um Islão radical onde não tem lugar os muçulmanos moderados e muito menos os cristãos, que consideram como infiéis.
Foi isso que aconteceu no domingo, dia 25 de Fevereiro. Os terroristas irromperam na capela e dispararam contra os homens, aparentemente poupando as mulheres. Resultado da carnificina: 15 mortos, sendo que 12 perderam a vida dentro da capela e três acabaram por sucumbir horas depois já no centro de saúde local. Há ainda dois feridos que continuam em estado grave.
Na capela, na altura do ataque, decorria um momento de oração dirigido por um catequista. Importa aqui dizer que a maior parte dos cristãos já há muito que deixou esta zona, toda esta região nordeste do Burquina Fasso, por ser praticamente impossível a vida no meio do sufoco e da ameaça dos terroristas.
Sem sacerdote permanente, os fiéis que restavam – pois agora a comunidade praticamente acabou – os fiéis que restavam reuniam-se aos domingos para a celebração da palavra. Este é mais um exemplo do papel extraordinário dos catequistas que são, tantas vezes, o esteio da Igreja nos lugares mais desérticos, mais ameaçados, mais difíceis.
No mesmo domingo, outros terroristas atacaram também uma mesquita na região, deixando também aí um rasto imenso de sangue.
O mundo não pode continuar alheado ao que está a acontecer em África. Grupos jihadistas espalham o terror pelo continente, de norte a sul, não poupando ninguém, impondo o medo sob a força das armas, afastando populações, provocando gigantescas crises humanitárias.
O mundo não pode continuar a fechar os ouvidos e os olhos ao genocídio religioso que está a acontecer em África. Do Burquina Fasso, no norte do continente, a Moçambique, no extremo sul, chegam-nos todos os dias notícias alarmantes de ataques contra cristãos, de destruição de igrejas e capelas, de populações ameaçadas e em fuga.
Ajude a Fundação AIS na denúncia de toda esta violência, mas também na sua missão de conforto, de apoio aos cristãos em África. Para muitas comunidades, a ajuda da Fundação AIS é mesmo uma questão de vida ou de morte.
PA

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