Esta semana voltamos a subir às serras do centro e norte de Portugal, motivados pela descoberta de uma nova planta: a silene-de-mariz. Exclusiva da Península Ibérica, mas com escassa presença em Espanha, esta espécie da família Caryophyllaceae, a mesma dos cravos, é considerada um quase-endemismo lusitânico e resiste em zonas rochosas, de difícil acesso.
Com preferência por locais algo sombrios, esta planta, de nome científico Silene marizii Samp., encontra-se junto a afloramentos graníticos, pode atingir 60 cm de altura, é muito glandulosa e caracteriza-se também por ter um aroma pouco convidativo. Já as flores parecem delicadas e tanto podem ser rosadas como brancas, distinguindo-se ainda pelo corte bífido. O período de floração cobre os meses de Março até Julho.
Esta espécie foi dada a conhecer em 1887 e no Herbário da Universidade de Coimbra encontramos um dos exemplares que serviu de base à descrição desta planta. Neste episódio, contamos como o nome então atribuído teve de ser alterado e a mudança prestou homenagem a um dos grandes botânicos portugueses: Joaquim de Mariz.