Agosto é mês de férias por excelência. É tempo de descanso, para se retemperar energias, para viajar, para se estar com a família e amigos.
É um tempo bem-vindo, seguramente merecido, mas que não nos deve alhear completamente sobre o que se passa no mundo.
Da Ucrânia, durante estes dias de guerra, estes longos dias de guerra – dia 24 passam seis meses, meio ano desde que começaram os ataques, os bombardeamentos – da Ucrânia, dizia, têm-nos chegado imensas histórias, olhares inquietos para o significado da destruição deliberada, para o que significa o sofrimento de milhões de pessoas por causa de uma invasão militar que não se imaginava possível em plena Europa na segunda década do século XXI.
Mas a guerra aconteceu. Está aí, presente nos noticiários, nos jornais, nas televisões e aqui, nas rádios. Está presente mas arrisca-se a banalizar-se. Ao fim de algum tempo, acostumamo-nos ao relato da destruição, até ao sofrimento por que passam tantas pessoas. A banalização da violência e do mal é sempre uma derrota da humanidade.
Não podemos permitir isso. A Fundação AIS está empenhada, como não podia deixar de ser, no apoio aos padres da Ucrânia, e às religiosas, a todas as comunidades que estão a ser a ajuda essencial para os refugiados, para as famílias em fuga neste país.
É comovente saber, por exemplo, que até irmãs contemplativas abriram as portas dos seus conventos para acolherem pessoas em fuga, pessoas em necessidade. São gestos únicos, que nos mobilizam ainda mais na ajuda a este país que está a sofrer tanto.
Deixo aqui uma palavra de agradecimento profundo a todos os que nos ajudam nesta missão. Os benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre estão, pela sua generosidade, nas trincheiras desta guerra, estão ao lado do povo ucraniano, são o suporte da Igreja neste país
Não nos esqueçamos, nestes dias quentes de Agosto, dos que precisam de nós na Ucrânia. Eles contam connosco mesmo quando estamos de férias…
Texto/voz: Paulo Aido/Fundação AIS
Foto: João Porfírio/Observador
Sonorização: José Simões/Rádio Canção Nova