5 minutos com a AIS #106

As autoridades registaram pelo menos uma dezena de casos de vandalismo e de profanação em Igrejas apenas desde o início do corrente ano. Onde é que isto aconteceu? Em França.
Os ataques, os actos de vandalismo, de profanação, levaram até o ministro do Interior, Gérard Darminin, a vir a público, através da sua conta no Twitter, manifestar solidariedade para com a comunidade cristã, classificando como “inaceitáveis” todas estas ocorrências.
Darminin afirmou que, como governante, tem a missão de “proteger” os locais de culto não só de actos criminosos como também de terrorismo, afirmando que irá reforçar os meios necessários para que isso possa acontecer, nomeadamente colocando mais câmaras de vigilância nas igrejas.
A comunidade cristã sentiu-se ferida, atingida, por estes assaltos. São uma forma de desrespeito. Houve, até, em algumas paróquias, a celebração de missas de desagravo, uma forma de se mostrar a todos que não é aceitável isto acontecer perante até a quase indiferença da opinião pública.
Estes assaltos são um claro sinal de violência, que não deve ser ignorado, como se houvesse uma espécie de via verde para amesquinhar os cristãos, como se não houvesse consequências de maior sempre que as igrejas são invadidas, os sacrários são profanados, as caixas de esmolas são roubadas.
Isto está a acontecer em França, no centro da Europa, e a indignação dos cristãos não chega sequer a ser notícia. Banalizou-se a violência. Mas é um erro grave.
Na memória de todos está ainda, por exemplo, o tenebroso ataque de 29 de Outubro de 2020 à Basílica de Notre Dame, em Nice.
É importante lembrar para que ninguém se esqueça do que aconteceu. Um terrorista islâmico, munido de uma faca, matou três fiéis. Uma das vítimas, uma mulher francesa de 60 anos, seria mesmo decapitada, e provocou ainda vários feridos.
Esse atentado deixou a comunidade cristã francesa em estado de choque. Foi um ataque brutal em pleno dia numa igreja numa das principais cidades. As autoridades reagiram então com palavras poderosas, implacáveis, afirmando uma solidariedade sem limites, afirmando que todos os meios iriam ser mobilizados para que nunca mais houvesse um ataque, qualquer ataque num templo, numa igreja, em França.
O ano de 2022 começou há apenas algumas semanas e já houve pelo menos uma dezena de casos de vandalismo e de profanação em Igrejas. Se multiplicarmos todos estes casos pelos mais de 300 dias até ao fim do ano, teremos um retrato inquietante do que é a liberdade religiosa em França em pleno século XXI. Teremos um retrato inquietante da ameaça que paira sobre os cristãos em França neste ano de 2022.
Paulo Aido

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