Extremo-isto Extremo-Aquilo, um voto no desespero

As manchetes de jornais são gasolina e as realidades vividas/enquadradas são o fósforo para pôr tudo a arder.
Isto é a receita para qualquer extremo crescer, sim existe extrema-esquerda e extrema-direita, há que ser honesto quando se apontam dedos.
Votar na extrema-direita nos tempos que correm é igual ao que foi votar na extrema-esquerda nos anos 2010's: um voto no desespero.
Nos 10's era na narrativa de que o Estado tinha que se impor ao grande capital e contra a Europa que compactuava com o empobrecimento dos Estados e pessoas. As pessoas estavam desesperadas e a bomba da crise económica coincide com alguns governos de direita ou os seus futuros, então foi feito discurso de circunstância e de momentum, que em nada correspondia à realidade.
Os extremos não se alimentam da realidade, mas sim de um enquadramento. Vende-se uma ideia de fácil resolução, nas sobretudo da existência de um inimigo.
A extrema esquerda vê como o mal disto tudo a banca e as empresas, a extrema direita alimenta-se da corrupção e da imigração. Os problemas existem, sim. Mas não da forma como nos querem vender. Os bancos e as empresas têm que ter lucros sim, muitos lucros para não termos que os salvar como fizemos antes. E a imigração é uma realidade do mundo global, onde as fronteiras se esbatem, todos circulamos de um lado para o outro desde o início dos tempos. Temos medo de perder o que é nosso? Mas só agora?! É possível criar uma identidade nacional sem ter que expulsar outros ou barrar outros, basta também não nos deixarmos aculturar de forma fácil e voluntária como deixamos todos os dias, é simples, é mesmo verdadeiramente simples, haja é vontade de querer discutir as coisas como devem ser e não na base do desespero.

Mais episódios de Podcast Conversa

Ver mais episódios