10 de Março, a Noite Eleitoral Mais Hollywoodesca – Artigo no Jornal O Diabo

A noite das eleições foi também a noite dos Óscares e
confesso que não troco por nada ter estado 7h em directo no Youtube e a
acompanhar esta montanha russa de emoções, pois ficou provado que a realidade
supera sempre, mas sempre a ficção.

Estas eleições deram as mesmas sensações de estar a ver um
episódio de House of Cards, ou filmes como Jogos de Poder ou Idos
de Março
, foi muita emoção, foi muita matemática ao longo do noite, foi
fazer especulações, um turbilhão que acho que o sono não veio justamente por
causa dessa adrenalina.

Entramos nesta eleição com a dúvida de como é que o PS
ficaria nesta eleição, qual seria o efeito de Pedro Nuno Santos, mas também
perceber se a AD conseguia ter um bom resultado.

Temos eleições após uma dissolução do Parlamento que tinha
uma maioria absoluta do PS, mas uma vez mais a nuvem da Corrupção pairou sobre
o PS. Então quero comparar 2024 com 2011.

Em 2011, onde Pedro Passos Coelho e o PSD venceram as
eleições, o PS teve 74 deputados, em 2024 tem 77, ainda sem a contagem dos
círculos fora de Portugal. Em 2011 o PS teve 1.568.168 votos e 28,06%, em 2024:
1.759.998 votos e 28,66%, as semelhanças estão lá, mas Pedro Nuno Santos
consegue um resultado melhor, e no entanto em 2011 Sócrates tinha a desculpa da
hipocrisia da Extrema-Esquerda em ser a moleta da Direita e o resgate
financeiro da Troika, Pedro Nuno Santos tinha a corrupção e a incompetência.

Já o PSD perdeu efectivamente gás comparando com 2011. AD
teve em 2024 1 811 027 votos, em 2011 só o PSD teve 2.159.742 votos e
108 deputados, agora foram 77 o CDS-PP teve 653.987 votos, 24 deputados, agora
2. Sempre disse que era fã de Luís Montenegro, voltava da escola e ficava a
vê-lo nos debates parlamentares a ser um mestre do debate e da oratória, e
infelizmente não vimos esse Montenegro de volta, esse carisma e liderança.

Temos ainda o fenómeno do ADN que em 2022 teve 10.911 votos
e em 2024: 100.051 votos. Campanha anti Agenda 2030 dá tanto voto? Ah então
cuidado, porque se eu fundo partido vou ter mais que isso com a minha agenda
anti-woke, não me tentem!

Nestas eleições temos 2 vencedores: Livre e Chega, que são
talvez o futuro de cada campo político, e quando digo futuro, não digo que
sejam alternativas, mas sim partidos que vão querer condicionar o tempo todo o
seu espaço político. Tivemos o Livre durante a campanha toda a pedinchar uma
federalização da Esquerda no Parlamento, e vemos agora André Ventura a
pedinchar uma coligação no Parlamento, dizendo ao PSD com quem se devem ou não
coligar. André Ventura neste momento tem o rei na barriga e o poder está-lhe a
subir à cabeça, mas isso é porque tem as fileiras a pedirem-lhe lugares e
ministérios para distribuir pela clientela.

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