Não nos esqueçamos dos que precisam de nós | 5M # 133 | 08AGO22

Agosto é mês de férias por excelência. É tempo de descanso, para se retemperar energias, para viajar, para se estar com a família e amigos.
É um tempo bem-vindo, seguramente merecido, mas que não nos deve alhear completamente sobre o que se passa no mundo.
Há cerca de um mês, o Papa teria estado na República democrática do Congo se não fosse a recomendação médica para adiar a viagem.
Foi uma pena a visita não ter acontecido. E falo agora apenas da República democrática do Congo.
O papa ia dar visibilidade a muitos dos problemas que este país enfrenta desde há vários anos. A começar pela insegurança e pela pobreza em que vive grande parte da população.
Exemplo disso, se a visita não tivesse sido adiada, o Papa ter-se-ia encontrado, por exemplo, não só com as vítimas da violência dos grupos armados, mas também com os que sofreram, há um ano, com a erupção do vulcão Nyiragongo.
Mas se a erupção do vulcão foi um acidente natura, já a violência é apenas da responsabilidade de grupos armados, e é o resultado da ganância, da exploração indevida das riquezas que se escondem debaixo da terra.
É a ganância pelo ouro, pelos diamantes, cobalto e agora o coltan, tão necessário por exemplo para a produção dos telemóveis, que explica a ocupação das terras por grupos armados que procuram até expulsar dessas zonas as populações locais. Foi de facto uma pena esta visita não ter acontecido, pois teria permitido que o mundo olhasse com outros olhos para o drama em que vivem as populações deste país.
Não nos esqueçamos, nestes dias quentes de Agosto, dos que precisam de nós na República democrática do Congo. Eles contam connosco mesmo quando estamos de férias…
Paulo Aido

Ver mais episódios