Faltam apenas cerca de 100 dias para as JMJ em Lisboa. Espera-se mais de um milhão de jovens. Vai ser, seguramente, algo de inolvidável.
Nunca, em Portugal, se organizou um evento assim, com esta dimensão, com esta projecção internacional.
Vêm jovens dos quatro cantos do mundo, de todos os continentes, de inúmeros países.
Mas hoje quero falar-vos dos jovens que não vão estar em Lisboa.
Dos jovens que vivem em países muito pobres, onde a Igreja sobrevive com muitas dificuldades, ou dos jovens que estão em países onde não há liberdade religiosa, onde os cristãos são perseguidos.
Para a Fundação AIS, esses jovens que vão estar ausentes da JMJ de Lisboa são, de certa forma, os mais importantes.
É importante pensar nisso, pensar neles.
São jovens, estão cheios de sonhos, mas vivem em países sequestrados pela pobreza, em regiões ou países usurpados por regimes opressivos onde usar uma cruz, ou rezar em público é demasiado arriscado.
Basta pensar em todos os jovens que vivem em países ou regiões controladas por movimentos jihadistas ou grupos terroristas.
Basta pensar em todos os que vivem em países onde os cristãos são olhados como cidadãos de segunda, sem direitos, em que são humilhados por causa da sua fé, forçados a rezar tantas vezes de forma clandestina, para não serem vistos ou ouvidos, para não serem presos, para não serem escarnecidos.
Basta pensar nas inúmeras raparigas que todos os anos são raptadas por serem cristãs, por pertenceram a uma minoria religiosa. São raptadas, violentadas e forçadas a renunciar à sua fé. Ou são mortas.
Todos eles, todas elas, todos estes rapazes e raparigas vão estar ausentes de Lisboa daqui a cem dias. Vão estar ausentes de Lisboa, das Jornadas Mundiais da Juventude, mas vão estar bem no nosso coração, bem no centro das nossas orações, bem no centro do nosso pensamento e das nossas acções.
Afinal, é também para eles e por eles que existe a Fundação AIS, a Ajuda à Igreja que Sofre.
Paulo Aido