Uma tentativa de destruição das raízes cristãs da sociedade | 5MIN #152 | 17DEZ22

Vamos começar pelo fim. Este ano o Parlamento Europeu permitiu, pela primeira vez, a instalação de um presépio. Não foi fácil chegar-se aqui. Desde 2019 que uma eurodeputada, a espanhola Isabel Benjumea, assumidamente católica, vinha tentando isso.
Parecia uma coisa simples, erguer no espaço do parlamento europeu um presépio para assinalar o nascimento de Jesus. Parecia simples, mas revelou-se complexo.
A primeira resposta foi negativa, com o argumento de que a exibição de um conteúdo religioso poderia ser considerada ofensiva. Mas a persistência de Isabel foi dando os seus frutos.
A começar por ter conseguido juntar outras mulheres nesta causa, como Roberta Metsola, que é hoje a presidente do parlamento, e ainda de Dolores Monteserrat.
Aos poucos, elas acabaram por levar de vencida os argumentos dos cépticos e este ano o Parlamento Europeu vai, finalmente, exibir um presépio artesanal, feito em Múrcia, em Espanha.
Ao fim de vários anos, os responsáveis do Parlamento Europeu compreenderam que não é ofensivo lembrar que 25 de Dezembro assinala o nascimento de Jesus Cristo.
Vamos agora ao princípio. Por estes dias, conheceu-se o resultado de mais um relatório sobre incidentes contra os cristãos no espaço europeu.
O relatório produzido pelo Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa, uma organização não-governamental com sede na Áustria, permite constatar que ocorreram mais de 500 crimes de ódio anti-cristãos durante o ano passado no Velho Continente.
França e Alemanha foram os dois países com mais incidentes registados. Incidentes é uma forma de dizer. Além dos crimes de ódio, este relatório destacou também situações de marginalização vividos na Europa pelos cristãos.
Apesar de tudo, os números agora apresentados representam uma queda significativa face ao ano anterior, em que quase mil casos foram reportados. Mas ninguém pode ficar satisfeito com a realidade documentada por este relatório.
A Fundação AIS tem vindo a alertar, também para esta tendência clara que se está a assistir por aqui no Velho Continente: a da tentativa de destruição das raízes cristãs da sociedade. Talvez tudo isto ajude a explicar por que foram precisos três longos anos para que o parlamento europeu aceitasse a exposição de um simples presépio nas suas instalações.
Paulo Aido

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