Todas estas mulheres e jovens pedem justiça | 5MIN #175 | 27MAI23

“Quem vai ajudar-nos? Quem vai falar por nós? Quem se preocupa com a nossa situação?” Estas perguntas, estes gritos são de Maira Shahbaz. Ela é uma jovem cristã que tinha apenas 14 anos quando foi levada à força de sua casa, na cidade de Madina Town, no Punjab.
Maira é paquistanesa. Foi raptada, torturada, violentada por homens muçulmanos que queriam que ela se convertesse ao Islão, que queriam que ela casasse com um deles, que queriam que ela renunciasse ao cristianismo.
O drama por que passou esta jovem cristã é apenas uma das histórias da exposição “Oiçam os gritos delas” que a Fundação AIS inaugurou no domingo em Évora, com a presença do Arcebispo de Lahore, D. Sebastian Shaw.
O mundo permanece em silêncio há demasiado tempo face a esta realidade brutal que atinge centenas de jovens todos os anos em alguns países.
O Paquistão é um dos países onde esta tragédia é mais visível, mas não é o único. Egipto, Síria, Iraque e Nigéria, por exemplo, disputam também o negro protagonismo do rapto para a conversão forçada de raparigas cristãs. No Egipto, durante décadas, as mulheres cristãs coptas foram raptadas e sujeitas a abusos físicos e psicológicos, incluindo violação, encarceramento, violência e servidão forçada – muitas vezes ao abrigo do casamento.
No Iraque e na Síria, como a exposição da Fundação AIS testemunha, durante os tempos terríveis da ocupação jihadista de vastas parcelas destes dois países do Médio Oriente, chegou a haver uma lista de preços de escravos do Daesh, o tenebroso grupo jihadista Estado Islâmico.
Nessa lista, as mulheres entre os 40 e os 50 anos eram as mais baratas. Estavam quase em saldo. Custavam 43 dólares. O preço mais alto, 172 dólares, era para raparigas entre os 1 e os 9 anos de idade. Durante os anos de ocupação jihadista, especialmente desde o Verão de 2014 e 2017, milhares de mulheres foram aprisionadas. As cristãs e as yasidis – outra minoria religiosa presente na região – sofreram tormentos que, provavelmente, nunca conseguirão esquecer nas suas vidas.
Outro país marcado a vermelho por esta ignomínia do rapto e conversão forçada de raparigas e mulheres cristãs é a Nigéria. Os terroristas do Boko Haram, outro grupo de inspiração jihadista, são os grandes carrascos das raparigas cristãs.
Todas estas histórias estão agora presentes em Évora, na Igreja de Santa Clara. Todas estas mulheres e jovens pedem justiça. Pedem, pelo menos, para que os seus apelos não sejam ignorados. E Isso, está apenas nas nossas mãos…

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