Obrigado Janada Marcus | 5MIN #213 | 15FEV24

Recentemente, durante as festividades do Natal, grupos armados de pastores nómadas fulani invadiram e atacaram cerca de 26 aldeias cristãs no estado de Plateau.
O resultado foi brutal. Calcula-se que terão morrido cerca de duas centenas de pessoas e aproximadamente 300 ficaram feridas.
Mais recentemente ainda, já em Janeiro deste ano, novos incidentes graves ocorreram na região de Mangu, também no mesmo estado, tendo havido mais de 40 mortos. Além disso, cerca de uma centena de casas foram incendiadas e quatro igrejas destruídas.
A Nigéria é, de facto, um dos países mais perigosos para os cristãos em todo o mundo.
Há vários anos que é assim. Especialmente no norte, onde actua o Boko Haram. Trata-se de um grupo jihadista que procura implantar um califado e que é responsável, desde 2009, por milhares de mortos e milhões de deslocados.
Janada Marcus é uma das suas vítimas.
Ela ia a caminho de uma repartição governamental, a 9 de novembro de 2020, quando foi raptada por homens armados, por terroristas. Levaram-na para o mato onde foi violentada. Esteve em cativeiro seis dias até que conseguiu fugir.
Recentemente, esteve em Espanha, a convite da Fundação AIS, para dar o seu testemunho, para contar como é viver num país onde os cristãos podem ser raptados e mortos em qualquer lugar.
Janada explicou que fugiu dos terroristas, mas levou muito tempo a fugir das memórias de horror que eles lhe deixaram, levou muito tempo a escapar do trauma que ficou daqueles seis longos dias de cativeiro. Na verdade, ela ainda está hoje em dia a fugir dessas memórias tão pesadas, tão negras.
Ao recordar o que lhe aconteceu, Janada lembrou a sua mãe que lhe ensinou os primeiros rudimentos de fé, as primeiras orações, e lembrou, numa frase simples, um dos principais alicerces do cristianismo. “Deus diz-nos para perdoar os nossos inimigos. Isso faz parte da nossa fé. Eu perdoo-lhes, perdoo aos terroristas quando rezo e assim já tenho paz. Eu perdoo e esqueço”. Apetece dizer, obrigado, Janada Marcus!
Paulo Aido