O Sudão, um dos maiores países de África, está a ferro e fogo, com combates ferozes desde 15 de Abril entre o exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar.
Até ao momento, já se contabilizaram mais de 500 mortos e cerca de 4 mil feridos. A situação é muito tensa.
Os responsáveis pelos projectos da Fundação AIS neste país têm estado em contacto com os parceiros no terreno e os relatos que têm chegado são inquietantes. Podemos dizer que o Sudão está a viver uma dramática luta pelo poder, uma luta entre dois generais…
Embora não se trate de um conflito religioso, os cristãos são também vítimas de toda esta violência que alastrou já para algumas das principais cidades do país.
Na cidade de El Obeid, situada no centro do Sudão, por exemplo, já houve combates intensos e a praça em frente da catedral tornou-se mesmo um campo de batalha.
Dois grandes engenhos explosivos caíram nas instalações da igreja; um partiu as janelas da catedral e o outro destruiu a casa paroquial, adjacente. Graças a Deus, nada aconteceu ao padre, pois, por sorte, não se encontrava em casa na ocasião.
Em alguns dos lugares onde há projectos, onde há comunidades cristãs, aquilo que sabemos é que as ruas estão vazias, muitas das aldeias, vilas e cidades transformaram-se em lugares fantasma.
As pessoas têm medo de sair de casa, e como tudo isto apanhou praticamente toda a gente de surpresa, muitas famílias ficaram logo, ao fim de poucos dias, sem recursos, sem alimentos, e, talvez ainda mais grave do que isso, sem água potável.
A tudo isto, acresce ainda o problema de a rede eléctrica ter deixado de funcionar… E isto é dramático com a temperatura muito elevada que se faz sentir. Durante o dia, os termómetros podem chegar aos 40°C… à sombra.
Ninguém sabe como as coisas vão evoluir, mas o simples facto de os países ocidentais terem corrido para o Sudão procurando retirar de lá rapidamente os seus cidadãos, é sinal do medo de que este conflito venha a ficar fora de controlo e, pior do que isso, venha a alastrar para fora das fronteiras…
Neste mês de Maio, mês de Maria, a Fundação AIS está a pedir aos seus benfeitores e amigos aqui em Portugal para rezarem pela paz. Como é importante rezarmos todos pela paz. Não bastava a guerra na Ucrânia e agora temos também um conflito maior a desenhar-se em África… Talvez nunca, como agora, as nossas orações são mesmo fundamentais…
Paulo Aido