Às vezes, recebemos mensagens que ajudam a compreender melhor o sofrimento por que passam algumas comunidades cristãs em alguns países do mundo.
Foi o que aconteceu com a mensagem do padre David Anosh. Ele está no Paquistão, num bairro de lata nos arredores da capital, a grande cidade de Islamabad.
O padre David vive no bairro Rawalpindi. É o primeiro sacerdote a atrever-se a assentar arraiais neste bairro.
Falo em atrevimento, mas provavelmente deveria antes falar em coragem. Em muita coragem. Não há violência no bairro, no sentido de perseguição aos cristãos. A violência é outra. Rawalpindi é um lugar obscuro, miserável, demasiado suburbano e desprezado, mas onde vivem milhares de pessoas.
É onde vivem os mais pobres, os que não conseguem mais do que habitar em humildes casebres, barracas de lata e madeira. Por ali é possível encontrar muitos cristãos.
São dos mais pobres dos pobres e por isso não conseguem mais do que viver nestes casebres situados em ruas onde, no inverno, a lama causada pelas chuvas se confunde com os esgotos que correm a céu aberto.
Os cristãos, por serem uma minoria, por estarem relegados quase exclusivamente para os empregos mais miseráveis, mais duros e mal pagos, não conseguem ambicionar outra vida do que esta, carregada de sofrimento.
Este bairro de lata, muito degradado, onde não há gás, nem saneamento, nem sequer água potável, está na periferia de Islamabad. O padre David foi viver para lá.
Ele pede ajuda para poder apoiar estas famílias que nascem já com o estigma da pobreza.
Ele pede ajuda à Fundação AIS para que o mundo não feche os olhos a esta realidade.
Fingir que não se sabe, fechar os olhos às lágrimas dos outros, tapar os ouvidos aos seus gritos de angústia não resolve nenhum problema. É preciso agir, é preciso fazer, é preciso ir. Como o padre David, que vive com os mais pobres dos pobres no bairro de Rawalpindi, nos arredores de Islamabad, no Paquistão.
09/07/2022