Cinco minutos com a AIS #113

Entre Lisboa e Kiev há mais de 3500 quilómetros de distância. Na noite fria de sexta-feira, 11 de Março, nada separava, porém, as duas cidades.
As duas capitais estiveram unidas durante a oração do Terço que juntou centenas de pessoas no Mosteiro dos Jerónimos. Foram mais de mil pessoas. Mil pessoas que representavam Portugal inteiro, representavam o mesmo abraço, o mesmo afecto, a mesma preocupação pelos que estão a ser vítimas de uma guerra brutal, injustificada e de uma crueldade inexplicável.
Na noite de sexta-feira rezou-se o Terço e foram lembradas as palavras de Nossa Senhora no distante ano de 1917, numa pobre e esquecida aldeia no meio de Portugal, quando pediu ao mundo inteiro, através de três pequenas crianças, três pastorinhos, que o mundo rezasse pela conversão da Rússia.
Na noite de sexta-feira rezou-se pela Ucrânia. Rezou-se pelo fim da guerra. Houve, porém, um momento muito especial. Foi quando Viktoriia Kuznietsova, primeira secretária para os Assuntos Consulares na Embaixada da Ucrânia em Portugal, agradeceu a manifestação de solidariedade para com o seu país.
Foi comovente. Ela falou na guerra que está a matar o seu povo, disse que não sabe, que ninguém sabe por que têm de passar por este terror, por este horror, mas garantiu, já em lágrimas, com a voz trémula, que iriam vencer.
Os que se juntaram no Mosteiro dos Jerónimos não eram soldados, eram apenas homens, mulheres e crianças. Todos estiveram unidos no mesmo propósito: rezar pela paz, rezar pelo fim da guerra.
Foi impressionante: A oração contra a violência, a oração contra o poder dos mísseis, a oração contra o holocausto.
O poder da oração do Terço, da oração a Maria contra a crueldade dos bombardeamentos em cidades, em hospitais e em escolas. O poder da oração contra o absurdo, contra a desumanidade.
Na sexta-feira à noite, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, dezenas de pessoas desafiaram um dos exércitos mais poderosos do mundo dizendo que o poder da fé tudo pode contra o mal.
Mais de um século depois, as palavras da Virgem de Fátima voltaram a ser escutadas com redobrada atenção. Talvez nunca tenham estado tão actuais como agora…
(PA – 19 de Março)

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