Há cinquentas dias que o bispo de Matagalpa, na Nicarágua, está preso. Há 50 dias que a prisão de D. Rolando Álvarez representa uma das maiores afrontas do regime sandinista à Igreja Católica.
A prisão do Bispo é apenas um sinal, um exemplo da violência do governo de Daniel Ortega para com a comunidade cristã, para com os católicos deste país da América Central.
O Bispo foi preso a 19 de Agosto, mas antes disso as autoridades da Nicarágua já tinham expulsado o núncio apostólico, que é o embaixador da Santa Sé, já tinham forçado as Missionárias da Caridade, a congregação fundada pela Madre Teresa de Calcutá, a saírem também do país, tal como muitos outros religiosos e sacerdotes.
E como se tudo isto não bastasse, como se tudo isto não fosse suficiente, Daniel Ortega ordenou ainda o encerramento do canal de televisão da Conferência Episcopal e de outras seis estações de rádio católicas.
Se o objectivo não é silenciar a voz da Igreja, não se compreende o que poderá justificar o fecho de tantos canais de rádio e de televisão.
Mas isto ainda não terminou. O caso mais recente de atropelo à liberdade religiosa ocorreu há poucas semanas, no dia 19 de Setembro, com as autoridades a impedirem, “por razões de segurança pública”, a procissão a São Miguel Arcanjo, na cidade de Masaya.
Sinal de que esta situação é preocupante, quatro dias antes de a procissão ser proibida, o Parlamento Europeu tomava uma posição forte sobre os ataques às liberdades na Nicarágua, aprovando por esmagadora maioria uma resolução em que se exige a libertação do Bispo, de D. Rolando Álvarez e de todas as pessoas detidas pelo regime.
E falta ainda dizer que nos últimos quatro anos, e falamos apenas dos últimos quatro anos, a Igreja Católica sofreu já mais de 190 ataque e profanações de templos na Nicarágua.
Estas notícias dificilmente têm chegado às primeiras páginas dos jornais. Só a imprensa católica fala do assunto, como se não fosse importante, como se não estivesse aqui em causa uma das liberdades fundamentais da humanidade.
Como dizemos tantas vezes, se outros calam, falemos nós. Ajude a Fundação AIS na sua luta pela liberdade religiosa no mundo, na sua missão de defesa dos cristãos perseguidos.
Paulo Aido