A situação no Burquina Fasso é deveras dramática | HS #488 | 26FEV24

“Em nome da Igreja que sofre no Burquina Fasso, agradeço toda a sua ajuda. Por favor, reze por estes homens, mulheres e crianças que carregam uma cruz tão dolorosa.” É assim que termina a carta assinada por Catarina Martins de Bettencourt, directora do secretariado português da Fundação AIS, e que por estes dias chegou a casa de centenas de benfeitores e amigos da instituição no nosso país. O pedido de ajuda destina-se aos Cristãos, que têm vindo a ser um dos alvos dos vários grupos terroristas que desde há vários anos sobressaltam o Burquina Fasso e vários outros países da região do Sahel, em África.
A situação é deveras dramática. Há mais de dois milhões de deslocados, e muitas crianças estão a ser recrutadas à força como crianças-soldado pelos militantes jihadistas.
A Igreja, presente nas regiões onde o terrorismo tem estado mais activo, tem procurado alertar o mundo, nomeadamente através da Fundação AIS, para as consequências do terrorismo junto das populações.
Até agora, mais de 2 mil escolas foram encerradas. Os grupos jihadistas atacam igrejas católicas matam ou raptam cristãos, catequistas, padres, e querem impor o uso de véus que cubram o rosto a todas as mulheres. Muitas raparigas cristãs têm de ir à escola com o véu para evitarem ser caluniadas, espancadas ou mesmo raptadas.
Contrariar a ameaça jihadista neste país de maioria muçulmana requer coragem.
É neste cenário que surgiu o desafio da Fundação AIS aos benfeitores portugueses. Um desafio de solidariedade para com esta comunidade cristã tão ameaçada, mas que, apesar disso, tem dado tantas provas de coragem.
Em quatro projectos nas áreas da “educação”, “alimentação”, “acompanhamento espiritual” e “cuidados de saúde”, é possível dar uma resposta concreta a problemas reais que os Cristãos enfrentam neste país.
Num destes projectos, o da “educação”, é possível ajudar uma criança que vive num campo de deslocados a ter acesso ao ensino por apenas 65 cêntimos por mês, ou seja, o valor aproximado de um café.
“O objectivo, neste caso, é de se conseguir que pelo menos 100 crianças possam continuar a estudar, apesar da situação muito precária em que se encontram, por estarem a viver em campos de acolhimento”, explica Catarina Bettencourt na carta enviada aos benfeitores portugueses das Fundação AIS.
Tal como as crianças do Burquina Fasso, todos os cristãos carregam “uma cruz dolorosa”. Por isso, nesta Quaresma, o desafio da Fundação AIS é que possamos rezar por eles, por todos eles, e ajudá-los.
É preciso que o drama em que vivem estes Cristãos do Burquina Fasso não seja ignorado pelo mundo. As nossas orações e solidariedade podem fazer toda a diferença. E neste caso, com apenas o preço de um café, já estamos a mudar a vida de uma criança…

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