No sábado, dia 14, uma jovem fez 19 anos mas não lhe cantaram os parabéns, não teve direito a bolo e seguramente que esteve triste.
A jovem está na Nigéria, mas não se sabe exactamente onde. Estará no norte do país, provavelmente num acampamento no meio de uma densa floresta que tem sido usada como uma espécie de quartel-general do Boko Haram, um grupo de terroristas islâmicos.
A jovem rapariga que fez 19 anos no sábado, dia 14 de Maio, chama-se Leah Sharibu.
Desde há quatro anos que ela não consegue estar com os pais e com os seus amigos no dia de aniversário.
Foi raptada. Estava na escola quando os terroristas apareceram, dezenas de terroristas. Aos tiros, amedrontando todas as pessoas, levaram mais de uma centena de raparigas que viviam na escola em regime de internato.
Todas as outras raparigas foram libertadas ao fim de muito pouco tempo com excepção de Leah Sharibu. A história desta jovem, que era ainda quase criança quando foi raptada, é incrível e inspiradora pelo exemplo.
Leah foi raptada e os terroristas ofereceram-lhe a liberdade se ela renunciasse ao cristianismo e se convertesse ao Islão.
E ela, então com apenas 15 anos, e já longe da família, já sozinha no mato, no meio dos terroristas, disse que não. Não renunciava. Que preferia continuar cativa a converter-se ao Islão. É extraordinário, de facto!
Não se consegue imaginar a dor dos seus pais a cada dia que passa. Não se consegue imaginar o sofrimento desta jovem que no sábado, dia 14, fez 19 anos de idade. Ninguém sabe o que lhe terá acontecido, ninguém sabe como estará, ninguém sabe o que lhe fizeram…
Ninguém sabe, mas não podemos deixar de pensar nesta jovem rapariga cristã, tão corajosa, tão inspiradora para todos nós.
Mesmo que o mundo se esqueça dela, a Fundação AIS aqui estará para lembrar que algures, numa floresta da Nigéria, no meio de um acampamento de terroristas, está uma rapariga que merece toda a nossa admiração, que merece tudo o que pudermos fazer por ela.
Paulo Aido