Verdadeiros heróis… | HS #438 | 10MAR23

“Não imaginava que iria ver o sofrimento humano desta maneira. Aldeias queimadas, pessoas a serem mortas em suas casas, algumas que não conseguiram sequer enterrar os seus mortos, porque foram alvejadas no mato como se fossem animais selvagens.” A frase, que é um lamento, é do Pe. Remigius Ihyula. Ele está em Makurdi, na Nigéria. Só nesta diocese há dois milhões de deslocados internos. Todos eles fugiram da violência do Boko Haram, o temível grupo terrorista que quer fazer do norte do país um califado e que colocou os Cristãos na mira das suas armas. O seu testemunho faz parte da campanha “SOS Cristãos da Nigéria”, que a Fundação AIS lançou, a nível global, nesta Quaresma. Com cerca de 206 milhões de habitantes, a Nigéria é o país mais populoso de África e também a maior economia. Mas é, igualmente, um dos países onde os Cristãos mais são perseguidos e onde, muitas vezes, vivem na maior pobreza. No ano de 2022 foram raptados 28 sacerdotes. E quatro foram assassinados. “Ser padre, na Nigéria, envolve o risco de ser raptado”, explica Andrew Danjuma. Este sacerdote está na Diocese de Jos, uma das mais atingidas pelo flagelo dos raptos. Todo o cuidado é pouco. “Um homem de motocicleta olhou para mim com desconfiança. Eu estava, claro, de batina, e fiquei logo alarmado”, conta Pe. Andrew à Fundação AIS. Mas também há o rapto de jovens, especialmente raparigas. “É preciso que o mundo conheça estas histórias, é preciso que o mundo saiba que na Nigéria os Cristãos são perseguidos de forma brutal por grupos jihadistas, mas também pelas próprias autoridades, pelo Governo, que os discrimina”, diz a directora da Fundação AIS em Portugal. “Os Cristãos da Nigéria são verdadeiros heróis que arriscam a vida pela sua fé e são, por isso, para todos nós, um enorme exemplo de coragem, de abnegação. Temos o dever de os ajudar”, acrescenta Catarina Martins de Bettencourt.

Os Cristãos da Nigéria precisam muito de nós, das nossas orações, da nossa solidariedade. Nesta Quaresma, lembremo-nos deles, rezemos por eles, ajudemo-los”, pede a directora da Fundação AIS.

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