O terror voltou a Moçambique, a Cabo Delgado. Depois de um período de acalmia, grupos armados, insurgentes como são conhecidos localmente, lançaram uma série de ataques em aldeias, matando pessoas, destruindo casas, centros de saúde e igrejas.
Estes grupos terroristas, que afirmam pertencer ao Daesh, os jihadistas do Estado Islâmico, parece que ganharam um novo ímpeto, não temendo sequer lançar ataques confrontando directamente as forças do governo que estão no terreno apoiadas por diversos países africanos com destaque para os soldados do Ruanda.
O mais inquietante nesta nova onda de violência é o facto de os terroristas estarem cada vez mais a sinalizar os cristãos como um dos seus alvos. A destruição de igrejas e capelas e até das casas onde viviam os sacerdotes em algumas das aldeias atacadas mostra bem que a comunidade cristã está também na mira destes radicais islâmicos.
Os novos ataques produziram já também uma nova onda de deslocados. Como a Fundação AIS tem vindo a alertar, a situação humanitária em Cabo Delgado era muito grave e agora tende a ser catastrófica.
Com o mundo concentrado essencialmente na guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza, na Terra Santa, Moçambique deixou praticamente de ser notícia, deixou de ser referido como um dos países do mundo que mais precisam de ajuda.
Esse silêncio é dramático. De Cabo Delgado chegam-nos pedidos de socorro. Não podemos ignorar estes cristãos perseguidos por grupos terroristas, por radicais islâmicos. Não podemos ignorar estes cristãos que rezam como nós as mesmas orações na mesma língua portuguesa…
PA
