5 minutos com a AIS #119

Um pouco por toda a Ucrânia, mosteiros e casas das religiosas têm sido transformados em lugares de abrigo para os refugiados de guerra. As irmãs abrem as portas das suas casas partilhando o que têm com quem chega tantas vezes de mãos vazias e em lágrimas… “É assim que vemos a nossa missão agora”, diz-nos uma freira beneditina. Acolher quem precisa é também um sinal de Deus no meio do inferno da guerra.
É o caso das beneditinas de Slonka. Estas freiras contemplativas privaram-se do silêncio e da solidão do mosteiro, para acolherem pessoas forçadas a fugir por causa dos combates, da violência da guerra.
Desde que começou a invasão das tropas russas, a 24 de Fevereiro, já dezenas de famílias passaram pelos claustros destas irmãs na região de Lviv.
Não são apenas os cidadãos comuns que viram as suas vidas transtornadas por completo por causa da guerra. Também houve algumas comunidades religiosas que tiveram de se fazer à estrada, engrossando o número de refugiados, por causa da enorme insegurança que se vive em várias regiões do país.
As irmãs de Zhytomyr, por exemplo, também se acolheram em Slonka, depois de terem estado alguns dias abrigadas numa cave na catedral local durante os constantes bombardeamentos que atingiram a região.
A vida no mosteiro de Slonka passou a ter outras rotinas, outras prioridades. As irmãs procuram envolver toda as pessoas nas tarefas diárias, seja a limpeza do mosteiro ou o trabalho na confecção das refeições ou na distribuição da comida no refeitório.
Nada foi deixado ao acaso. Uma das celas, por exemplo, foi transformada numa sala de jogos para que as crianças possam estar entretidas.
Também na Arquidiocese de Lviv, as irmãs de São José abriram as portas da sua casa, da sua congregação, para acolherem os que por ali têm passado fugindo dos horrores da guerra.
Todos os que batem à porta das irmãs, seja em Lviv, em Slonka ou noutro lugar, trazem sempre consigo histórias pesadas, difíceis, memórias que perdurarão provavelmente para sempre.
A Fundação AIS apoia directamente a subsistência de centenas de irmãs em toda a Ucrânia. São, exactamente, 1350. Todas elas são um sinal de Deus num país em guerra.

Paulo Aido | 29.04.2022

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